Blog

petróleo está cara ou barato, representado em uma balança de ouro, com um barril de petróleo de um lado e moedas de ouro de outro lado
Análise Fundamentalista

Petrobras continua barata? Ou estão te enganando? Análise do P/VP

Quando se trata de investir em ações, poucas questões são tão debatidas quanto saber se uma empresa está “barata” ou “cara”. A Petrobras, uma das maiores companhias de energia do mundo, frequentemente surge no centro dessa discussão. Com uma história marcada por volatilidades tanto operacionais quanto nos preços de suas ações, avaliar se a Petrobras está barata envolve entender a fundo o indicador Preço/Valor Patrimonial (P/VP) e o comparativo com outras empresas do setor. Além de compararmos o P/VP com o próprio histórico da ação. Em nossa análise, recorreremos a analogias para elucidar este conceito financeiro e verificar a situação da Petrobras ao longo dos anos. Compararemos o valor da empresa com o de uma “casa” cujo preço por metro quadrado varia conforme as oscilações do mercado e o custo para construí-la. Assim, poderemos acompanhar como a Petrobras estava muito barata em termos de P/VP em certos períodos, oferecendo uma oportunidade de ouro para os investidores. Porém, com o passar do tempo e a mudança de variáveis como a macroeconomia, política e preço do petróleo, o P/VP da Petrobras foi se alterando significativamente. A grande questão que se impõe agora é: após uma valorização expressiva nos últimos anos, a Petrobras continua a ser uma ação barata ou o cenário mudou? Estar “barata” no passado não significa necessariamente que o mesmo se aplique ao presente ou ao futuro. Acompanhe nossa análise detalhada para descobrir. Petrobras em 2015 A situação da Petrobras em 2015 era complexa. A empresa enfrentava sérias dificuldades devido à influência governamental na sua política de preços e gestão, especialmente relacionadas à manutenção dos preços do diesel durante a greve de caminhoneiros e à indicação de executivos por critérios políticos. Além disso, a divulgação de prejuízos significativos por corrupção e o anúncio do maior prejuízo em mais de 30 anos agravaram o cenário. A necessidade de revisão do seu plano de investimentos, em parte devido à queda dos preços das commodities e ao alto custo de extração no pré-sal, também contribuía para um panorama negativo. As incertezas quanto à classificação de risco e ao modelo de partilha do pré-sal e a venda de ativos chave foram outros pontos que aumentaram a preocupação com o futuro da companhia e a tendência de baixa de longo prazo para suas ações. A análise do Preço/Valor Patrimonial (P/VP) da Petrobras em 2015 sugere que a empresa estava sendo negociada no mercado por um preço significativamente abaixo do seu valor patrimonial. Utilizando a analogia do preço por metro quadrado de um “terreno”, essa métrica oferece uma perspectiva simplificada, mas poderosa, da relação entre o preço de mercado da ação e o valor contábil da empresa. Aqui está a comparação em forma de tabela para ilustrar a situação: Ano P/VP da Petrobras Preço por metro quadrado (em R$) Custo de “Construção” por metro quadrado (em R$) Média do Setor por metro quadrado (em R$) Média Histórica da Petrobras por metro quadrado (em R$) 2015 0,34 3.400 10.000 13.000 8.700 Em analogia didática, isso sugere que a Petrobras estava sendo vendida a 34% do valor patrimonial Se fosse compararmos com uma casa, enquanto uma casa da Shell estava sendo vendida por 13 mil o metro quadrado, a da Petrobras estava sendo vendida com um desconto de quase 10 mil. Mesmo em relação a sua médica histórica que seria de 8.700, estava sendo vendida com um desconto de mais de 50% do seu valor histórico. Isso indica que sim, pela análise do P/VP a Petrobras estava extremamente barata, e qualquer mudança de curso em sua governança poderia favorecer e muito o retorno ao valor médio de seu P/VP A baixa avaliação do P/VP reflete uma percepção negativa do mercado em relação à Petrobras, possivelmente devido aos escândalos de corrupção da Operação Lava Jato e à instabilidade dos preços do petróleo na época. Para investidores dispostos a assumir o risco associado à empresa e apostar em sua recuperação, a Petrobras poderia ter sido uma opção de investimento bastante atrativa, oferecendo a chance de ganhos consideráveis a longo prazo, caso a empresa superasse seus desafios e recuperasse a confiança do mercado. A recuperação econômica da Petrobras Em 2015, a Petrobras começou a implementar um plano de recuperação após um período marcado por escândalos de corrupção que foram revelados pela Operação Lava Jato. Esse plano incluiu várias medidas, como: Petrobras em 2017 uma excelente valorização, mas ainda uma empresa barata Em 2017, a Petrobras ainda apresentava um cenário de recuperação e reestruturação. Se o P/VP da empresa aumentou para 0,80, isso sugere que, apesar do preço da ação ter quase dobrado desde 2015, a avaliação de mercado ainda não refletia plenamente o valor patrimonial da empresa. Mesmo com o aumento do preço das ações, um P/VP abaixo de 1,0 pode indicar que a empresa não estava sendo avaliada como “cara” no sentido estrito, especialmente quando comparada com sua média histórica e com os padrões do setor. O cenário macroeconômico mundial e local de 2017 impactou diretamente a Petrobras: Esses fatores, combinados, influenciaram a percepção de valor da Petrobras e de suas ações no mercado. Ainda que a ação tivesse quase dobrado seu valor de mercado desde 2015, a consideração do P/VP mostrava que a empresa poderia estar sendo negociada abaixo do valor de seu patrimônio líquido ajustado, indicando que ainda havia margem para crescimento antes de ser considerada cara aos olhos dos investidores. Comparação com o metro quadrado: Para continuar a analogia dos metros quadrados de uma casa que usamos para explicar o Preço/Valor Patrimonial (P/VP), vamos considerar a situação da Petrobras em 2017. Neste ano, com o P/VP aproximando-se de 0,80, a análise seria similar a avaliar uma propriedade cujo custo de “construção” é de R$ 10.000 por metro quadrado, mas que estava sendo comercializada a R$ 8.000 por metro quadrado. Isso ainda sugere um desconto de 20% em relação ao preço de construção. Ainda falando em termos de metro quadrado, seria como se uma casa historicamente tivesse negociado por volta de R$ 8500 o metro quadrado, mas

Leia Mais »